No princípio era o verbo e o espírito de Celso Roth pairava sobre o Beira-Rio. Manifestava-se no esquema armado por Falcão, com apenas um atacante, que rendeu ao Inter o domínio do jogo enquanto estava 11 x 11, mas sem contundência.
O outro avatar foi o modo como o Grêmio de Renato Roth começou o jogo. Empilhou três zagueiros e 18 volantes para tentar parar Leandro Damião (O MATADOR). Deve ter feito o cálculo: como Damião sem um ombro vale por dois centroavantes, e os zagueiros do Grêmio valem 1/3 de defensor cada um, 6 para 1 era a medida certa. Durou 25 minutos. Foi o tempo que Damião precisou para girar, com Rodolfo voando à suas costas como um avião e caindo como um martelo, e dar uma cavadinha encobrindo Grohe, que se atirava a ele como um esfameado.
O Inter teve o comando do jogo e pecou muito nas finalizações. Aos 15 minutos do segundo tempo o Bailão do Vilson apresentava atrações de D'Alessandro, Oscar e Kleber no lado esquerdo da defesa gremista, até que Guiñazú foi acometido do zumbido na cabeça que lhe sobrevém de tempos em tempos e fez a ESTUPIDEZ de ser expulso por uma falta no campo de ataque.
Agradecido, o criativo técnico Renato jogou seu time para frente, lançando mão do terceiro esquema em apenas 60 minutos de partida (deve ser um record, procurem por favor). O Inter resistia bem, agora com 9 jogadores mais o sobrenatural Damião (sem um ombro e jogando mais todo e qualquer outro jogador que pisou a grama do Beira-Rio nesta tarde). Até Nei jogava direitinho, fazendo a dele e a do aposentável Bolívar. Do outro lado, Rodrigo anulava o projeto-de -aspirante -a-quem-sabe-talvez-acho-que-não-craque Leandro. Mas não foi possível resistir à grande falha da fraca defesa colorada, nas bolas alçadas para a área, sendo que Viçosa (quem?) mandou a bola para as redes aos 40 minutos.
Damião ainda driblou 3 jogadores gremistas na pequena área e só não fez o de placa por um milagre de Marcelo Grohe. Sem tempo para mais nada, ainda que o árbitro tenha sido o Márcio Chagas, o jogo foi para os pênaltis.
Sem precisar da intervenção de sua zaga, o Inter levou apenas 50% dos gols de pênaltis. Sugiro que cometam pênaltis a todo momento nos próximos jogos. O destaque ficou por conta do tiro de meta batido por Borges que, ao contrário de seu chute, encontra-se inapelavelmente na descendente.
Vocês vão achar que é despeito, mas eu juro que não teria me importado se o Grêmio tivesse ganho nos pênaltis. Mais dois Gre-nais em meio à Libertadores é um desgaste enorme e fútil. Ganhar o Gauchão é bom, mas não vale o risco, como foi possível perceber pelos tantos trancos e cotovelaços que os gentis Rochembach, Adilson e Rafael Marques desferiram na asa quebrada de Leandro Damião.
Como saldo, fica para o Inter a certeza de que é muito superior ao Grêmio mesmo, mas que precisa encontrar um esquema que consiga equilibrar a procura por objetividade ofensiva com o fato de Oscar deve jogar. Além disso, a defesa segue um trem fantasma e só não comprometeu mais porque jogou contra um ataque quase inofensivo.
Para o Grêmio, restou a confirmação do declínio do seu time e do fato de que seu técnico está perdidinho da silva. Melhorou quando o Inter ficou com 10. Ou contrata para o Brasileirão, ou vai ter que pedir a gentileza do juiz expulsar um jogador do time adversário em toda partida.
Enfim, o Inter, com 10, resistiu quanto pode e venceu nos pênaltis. Ficamos felizes. Fosse o Grêmio, haveria discursos inflamados na imprensa sobre a imortalidade e a produção de dois DVDs.
Melhor discursos inflamados na imprensa do que Robertos siegmans inflamados na imprensa.
ResponderExcluirParabéns professor, conquistaram o direito de jogar a final com a gente. Grande abraço.
p.s. Seu livro será entregue esta semana.
O que Siegman fez foi palhaçada.
ResponderExcluirFecho contigo de cabo a rabo. Principalmente na parte em que dizes que não te importarias com uma vitória gremista, mas que haveria DVD.
ResponderExcluir