Eu sou assombrado pelo Hopper.
Aquelas solidões. Aqueles vazios. O indivíduo e todo o espaço. Para dentro e para fora dele mesmo.
Aqueles olhares que nunca se encontram. Todos estão sós, juntos.
Acontece que um dia eu descobri, em uma parede, um quadro do Degas que tinha o Hopper todo nele. Foi daquela matéria que o Hopper puxou, puxou, esticou, arrumou, botou uns silêncios e criou sua própria obra. Como diria o Manoel de Barros, o Hopper tem que dar federação ao Degas. Nessas solidões, o Degas exerce PRIMAZIA.
Além de tudo, a Bebedora de Absinto tem umas cores, e uns tons, que são os que vejo pela minha janela, neste fim de tarde de outono. Eu estou com ela.
Engraçado... sempre que vejo este quadro me dá a sensação de que a bebedora ainda não bebeu o tal de absinto... Parece que ela está indecisa. Não sabe se bebe para esquecer o amor que já lhe esqueceu ou se não bebe para se lembrar que ele não voltará.
ResponderExcluirP.S. Beijo meu tu não ganha... só para constar.
Pois é... eu a considero fantástica. Não é só o olhar. É toda a posição do corpo. Tem um desalento...
ResponderExcluirSobre beijo, fico aliviado!
Engraçado...vivi um momento precido antes de me casar. Era uma noite de muito frio, me sentei no alpendre com 3 doses de white horse e on the road nas mãos, e ouvindo Allman Brothers em Filmore East. Fui engolido por tantas reminiscências boas da adolescência, que se me pintassem num quadro, apareceria assim.
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