quarta-feira, 13 de julho de 2011

Voltando para New Orleans. Dia Mundial do Rock

A origem de "The House of the Rising Sun" é controversa e há quem diga que deriva de antigas canções medievais inglesas. Ao menos, isso parece ter sido assumido pelo "The Animals", quando construíram essa versão emblemática, que começa justamente lembrando uma canção de bardo. 
Quem não conheça o grupo e escute a música inadvertidamente, talvez imagine um vocalista com longos cabelos a cair sobre os ombros, roupas colantes e negras, postura agressiva, quase mística. Ao ver o vídeo da gravação original, talvez fique fascinado pelo surrealismo que vem a nós, no século XXI, ver esses meninos que lembram aos desavisados um visual meio-beattles meio tripulação da Entreprise. Todos seus contemporâneos.
Mas atente para o prenúncio do progressivo, para a virtuose do teclado, para a força do vocal.



A música, porém, não parou aí e teve muitas outras versões. De todas, destaco uma que de tão bela, alcançou para mim o status de verdadeira maravilha. Ela tem vida própria. Nos leva direto aos sons negros, doloridos e poderosos de New Orleans, cuja beleza e tragédia está na letra. E é com Nina, em uma configuração estética de quadro pintado figurando o jazz. Com outra virtuose no piano. Com sua voz que me toca na pele.


De onde nasceu e como foi temperado o rock? Tornou-se matéria de protesto, de erotismo, de dor e beleza. Do sul faulkneriano dos Estados Unidos. Do norte industrial da Inglaterra. Da Idade Média. Da África sem tempo. Feliz Dia Mundial do Rock. 

3 comentários:

  1. Ótimo, como sempre! The house of the rising sun é para mim, daquelas músicas que nos levam a outro lugar, ou outros lugares. Faz descobrir outros mundos. Nina é fantástica e tem sobre mim um efeito indescritível, descubro o oculto em mim. Tua homenagem ao Dia Mundial do Rock não poderia ter sido melhor, com teu texto feito com simplicidade e grandeza. Obrigada Professor!

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  2. Muito obrigado Larissa! Nina é mesmo maravilhosa. Minha sensação em relação à sua música é sensorial e de sonho. Eu não escuto Nina com os ouvidos, escuto com a pele.

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  3. A escolha musical é realmente para quem 'ouve com a pele' ou outros sentidos. A música, assim como outras artes não são restritas a um ou dois dos sentidos. A boa arte toca a todos os sentidos e infelizmente vivemos em uma cultura sem esse entendimento. Vivemos em um mundo em que as sensações são menosprezadas e muitas vezes incompreendidas. A escuta e o olhar vão muito além.

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